sábado, 11 de agosto de 2012

Fuga do Campo 14 - Marcos Rolim

Há alguns lugares especialmente aterradores no mundo, mas nenhum que se compare à Coreia do Norte.
Quem ler o recém lançado  “Fuga do campo 14”, de Blaine Harden (Intrínseca, 230 pg.) chegarará a esta conclusão.  O livro conta a história do jovem Shin Dong-hyuk que é, tanto quanto se sabe, o único prisioneiro do campo de concentração nº 14 que obteve sucesso em uma fuga. Há dezenas de milhares de nortecoreanos que fugiram e alguns que conseguiram escapar dos campos, mas só Shin conseguiu fugir do campo 14, o pior de todos os campos.  Ali são instalados os inimigos políticos do regime. Nâo apenas os adversários, mas também seus familiares.  E ali ficam, também, as crianças nascidas no campo, para que as penas – definidas sem julgamento ou acusação formalizada - se prolonguem em obediência à lei de 1972, de Kim Il Sun: “Inimigos de classe devem ter sua semente eliminada por três gerações”.

As crianças nascidas no campo 14 são encaminhadas a um internato. São, então, ensinadas a delatar os familiares, origem de todo o mal que sofrem. Nos internatos, perguntas não são permitidas e as crianças apanham bastante. Algumas vezes são mortas ou aleijadas pelas surras que recebem dos bandidos que se apresentam como “professores”.  Os internos nos campos lutam por grãos de milho e ficam felizes quando encontram um rato para assar (gatos e cães praticamente não existem mais em muitas regiões da Coreia do Norte, porque foram comidos). Shin delatou sua mãe e seu irmão quando ouviu uma conversa deles sobre fuga.  Assistiu, então, ao enforcamento da mãe e ao fuzilamento do irmão. Era uma criança na época e se sentiu orgulhoso de ter cumprido com seu dever. O mundo para Shin era o campo. Para ele, não havia o sentido da perda da liberdade; nem mesmo a ideia de perda. Nunca lhe pareceu degradante lamber um resto de sopa no chão ou delatar um amigo por uma porção maior de repolho.  Shin queria apenas sobreviver. Quem ler o livro, saberá como e porque Shin mudou e passou a sonhar com a fuga.

A Coréia  do Norte é a primeira dinastia comunista da história. O “grande líder” – sempre há um “guia infalível” no comunismo – foi Kim Il Sung. Seguido por seu filho Kim Jong Il  e, agora, pelo neto  Kin Jong-Eun.  O grande líder dividiu o País em três classes: a classe superior, a classe hesitante e a classe hostil. O pertencimento se dá por linhagens, de forma que o regime é comunista, monárquico e feudal. O resultado deste manicômio é uma tragédia infinita. A Coreia do Norte tem renda per capita inferior ao Sudão, ao Congo e ao Laos. A fome é uma constante, o País vive na Idade Média e a elite de burocratas tem uma cidade só para ela – a capital, Pyongyang.  Os ditadores moram em palácios, vivem cercados por todo o luxo do mundo ocidental e manejam um arsenal nuclear.

É preciso denunciar a dinastia Kim como um regime de assassinos. O Brasil tem a obrigação de assumir uma posição clara nos fóruns  internacionais sobre as violações aos direitos humanos em todos os lugares do mundo, acomeçar pela Coreia do Norte. E os brasileiros não podem esquecer que o
PCdoB apoia o regime da Coreia do Norte.

OBS. Se vcocê curte a Coreia Popular, visite a página do amigos da RPD da Coréia e faça o seu próprio julgamento

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